A máxima que traduz as necessidades do arroz durante o cultivo, "sol na cabeça e água no pé" se torna visível na imagem feita pelo produtor Angelo Ceolin. Ao lado da família, cultiva 11 mil hectares entre Uruguaiana, Itaqui e Barra do Quaraí, na Fronteira Oeste. E, na última safra, além da boa colheita no campo, garantiu o primeiro e o segundo lugar no concurso cultural promovido pelo Instituto Rio Grandense de Arroz (Irga). Nesta segunda-feira (27), a partir das 14h, começa a escolha dos novos vencedores, via redes sociais da instituição.
A votação vai até as 12h do dia 1º de outubro. As quatro com o maior número de curtidas serão as ganhadoras. A divulgação do resultado final será também pelas redes sociais, em data ainda a ser definida. O prêmio é a publicação das quatro fotografias vencedoras na edição nº 475 da revista do Irga.
Sobre a imagem vencedora da última edição, Angelo conta que sempre gostou de fotografar e, depois de receber o incentivo do pai Nelci, decidiu participar da disputa.
– É uma satisfação ver a lavoura alcançar alta produtividade. E mostrar isso, por meio da sua beleza em uma imagem, é uma tônica para o nosso trabalho – conta Angelo.
Largada
No campo, a safra 2021/2022 começa, aos poucos a ganhar espaço. Na família Ceolin, metade da área total já foi semeada. No Estado, a Fronteira Oeste é um dos pontos onde o trabalho foi iniciado, em razão da chuva não ter sido tão intensa como em outras regiões. Mas ainda é uma parcela pequena.
O ritmo só deve ganhar maior intensidade no próximo mês. A janela para os trabalhos, conforme o zoneamento agrícola de risco climático, fica aberta até metade de novembro. E o período preferencial, que costuma resultar nas melhores produtividades, sendo em outubro. A primeira estimativa de área deve ser divulgada pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) na quinta-feira, dia 30.
Sobre o espaço a ser ocupado pela cultura nesta safra, avalia Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS) estima que seja de estabilidade em relação ao ciclo 2020/2021, que teve 945,97 mil hectares. Foi um ano de produtividade recorde, com 9.010 quilos por hectare.
– A situação hídrica veio para próximo da normalidade (com as chuvas registradas). Mas acreditamos em estabilidade da área. Primeiro, em razão do preço da soja. Se trabalha com contratos futuros de valores pré-fixados. No arroz, depende de uma serie de fatores. Isso “segura” um pouco um aumento (de área) – diz Velho.
Outro fator de inibição, acrescenta, virá dos custos de produção, que variam entre 10% e 35%, dependendo do período em que o produtor comprou insumos.
Nas cotações, o cenário é de reacomodação. Depois do valor da saca alcançar media de R$ 105,38 em outubro de 2020, neste mês está em R$ 75,18, aponta o indicador Esalq/Senar-RS.
*Colaborou Carolina Pastl