Uma das grandes preocupações com a mudança do status sanitário do Rio Grande do Sul em relação à febre aftosa sempre foi garantir a indenização adequada em caso de eventual foco surgir. O Estado já conta com o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária (Fundesa), que é privado e faz a gestão do valor arrecadado dos produtores.
Mas um estudo da assessoria econômica da Farsul apontou que a soma existente permitiria indenizar, em 100%,
6,6 mil bovinos de corte. Um contingente que representa apenas uma parcela do rebanho. Entre os caminhos possíveis para fortalecer a ferramenta , ou seja, complementar os recursos, ganhou espaço o de fazer isso por meio de um seguro para o fundo. A proposta está sob avaliação e uma definição é aguardada para as próximas semanas.
– Daria 100% da segurança ao produtor e ao modelo, que tem de incentivá-lo a imediatamente fazer o alerta, e por uma fração do custo que teria em aumentar a contribuição para o fundo – explica Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul.
Enquanto avalia o projeto, o RS mantém firmes as ações de prevenção e fiscalização. Na semana, o Programa Sentinela identificou uma tentativa de contrabando de oito bovinos da Argentina. Os animais foram atravessados pelas águas do Rio Uruguai. A movimentação foi flagrada pela Brigada Militar que, junto a fiscais estaduais agropecuários da Secretaria da Agricultura apreendeu os animais em Alecrim. Foram encaminhados para o abate imediato, devido ao risco sanitário, já que os argentinos mantêm a imunização contra a aftosa.
O caso será apurado pela Polícia Federal. Francisco Lopes, coordenador do Sentinela, reforça que ações de investigação, inteligência e vigilância da BM têm sido essenciais para os flagrantes:
– A segurança sanitária do rebanho depende da ação integrada dos órgãos de fiscalização, segurança e defesa.