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O segundo trimestre é, tradicionalmente, o período do ano em que o efeito da produção de grãos de verão aparece na economia do Estado, seja bom ou ruim. Neste ano, além da recuperação da safra perdida para a estiagem no ciclo passado, há recorde de volume na soja e preços valorizados. A combinação desses dois ingredientes faz da agropecuária a certeza positiva no cenário econômico gaúcho do período de abril a junho, conforme o Boletim de Conjuntura do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria Estadual de Planejamento.
— Acreditamos que teremos um bom número para atividade econômica, porque a agropecuária está contribuindo muito — pontua Vanessa Sulzbach, pesquisadora do DEE e coordenadora do estudo.
Confiança que vem de uma combinação de ambiente externo favorável, com as economias crescendo e com demanda por produtos do agro e por minério, explica a economista. Como a produção foi boa, e o preço está valorizado, a venda "para fora" tem sido vantajosa.
Dados referentes ao período de janeiro a maio mostram que a receita das exportações agropecuárias do RS cresceu 32,5% em relação aos cinco primeiros meses de 2020, somando US$ 2,07 bilhões. Expansão que contribuiu para que os embarques totais do Estado tivessem alta de 28,5%.
Com faturamento maior, há efeitos como o de investimentos.
— O agro impulsionou as indústrias de máquinas (para colheita) e de caminhões (para o transporte da safra) — completa Vanessa.
Não por acaso, a indústria de máquinas e equipamentos teve crescimento de 55,9% no primeiro trimestre, em relação a igual período do ano passado.
Nos demais setores, o panorama se mantém indefinido. A indústria de transformação tem pontos de atenção, como a necessidade de parada na produção de fabricante automotivo por falta de componentes. Da mesma, comércio e serviços "ainda transitam em cenário frágil", observa Vanessa. Apesar da retomada do auxílio emergencial, a intenção de consumo das famílias segue em nível negativo.