O desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano traz um alento. Os indicadores positivos na agropecuária, indústria e serviços sinalizam um caminho de retomada, depois do tombo causado pela pandemia em 2020. E é nesse contexto que a alta de 5,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior do setor primário tem um peso diferenciado. Porque traz um crescimento sobre uma base que já era de expansão. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o setor mantém a trajetória, com aumento de 5,2%, bem como no acumulado dos últimos quatro trimestres, quando subiu 2,3%. No mesmo período, o PIB geral teve queda de 3,8%.
— É o setor agropecuário crescendo em ritmo de país em desenvolvimento. Assim tinha de ser sempre o crescimento do PIB inteiro do Brasil — observa Antônio da Luz, economista-chefe do Sistema Farsul.
E o melhor ainda está por vir. É no segundo trimestre que vem o maior efeito econômico, com o "grosso" da safra de grãos entrando no cálculo do PIB. No caso do Rio Grande do Sul, que no ano passado sofreu impacto das perdas provocadas pela estiagem, o crescimento da agropecuária será ainda maior, mostrando em parte a recuperação. A projeção é de que alcance a casa de dois dígitos.
Com expansão, no segundo trimestre, bem acima da registrada pelo setor no país. Vale lembrar, no entanto, que no acumulado de 2020 a agropecuária gaúcha teve queda de 29,6%, enquanto que no Brasil, fechou com alta de 2%.
— O PIB agropecuário do Estado terá um crescimento real. Recupera a perda e já avança — reforça Luz.