Como a chuva tem caído com força e até provocado prejuízos em algumas regiões, fica difícil imaginar que o Rio Grande do Sul ainda não tenha se recuperado por completo da estiagem prolongada vivida no verão. Há áreas em que as precipitações seguem sendo aguardadas para a recomposição das reservas de águas. As previsões apontam que devem ocorrer em todo o Estado ao longo da semana.
Na Fazenda Alto das Figueiras, em Encruzilhada do Sul, os milímetros vão sendo adicionados à planilha de controle. A foto feita pelo administrador da propriedade, André Camozzato, no auge da falta de chuva, em abril, foi publicada pela coluna.
E evidenciava os baixos níveis, com rachaduras na terra no lugar de onde deveria haver água nos açudes usados para hidratação do gado.
Pouco mais de um mês depois, quando a chuva retornou ao Estado, Camozzato, que também é presidente da Comissão de Ovinocultura da Secretaria de Agricultura do Estado, enviou novo registro, em que já era possível ver a umidade voltando. Nova foto mostra como está área agora. Ainda faltam 80 centímetros de altura de lâmina de água para voltar à normalidade – o que seria possível com cerca de 200 milímetros.
– Em maio e junho choveu um pouco acima da média para esses dois meses no histórico dos últimos três nos. Ainda assim, no acumulado de 2020, ainda não recuperou o que faltou. Essa chuva de junho foi significativa e importante para repor as águas – observa Camozzato.
Também permitiu a recuperação das pastagens de inverno, que servem de alimento para os animais. O administrador ressalta, no entanto, que os efeitos de longo prazo da estiagem permanecerão sendo sentidos. Inclusive no ciclo reprodutivo. Ele relata que, na propriedade, por exemplo, o gado teve perda direta de cerca de 25% do peso vivo, somando o que perdeu entre novembro e abril e o que deixou de ganhar.
Leia mais colunas de Gisele Loeblein
Siga Gisele Loeblein no Facebook