A safra cheia de soja produzida nos campos do Rio Grande do Sul vai enchendo os espaços de armazéns. Com a colheita agora a poucas lavouras do fim — chegou a 94% do total semeado no Estado, segundo a Emater —, estruturas de recebimento começam a ficar lotadas. Inclusive na Metade Sul, a chamada nova fronteira do grão.
— Como as condições (de tempo) estão favoráveis, é muita produção em pouco tempo. Em outros anos, se teve um fluxo mais regular, agora não, está intenso — observa Edison Dornelles, extensionista rural da Emater na regional de Bagé, que engloba 20 municípios.
Nesta semana, a colheita chegou a 93% da área plantada, com a Fronteira Oeste mais adiantada do que a Campanha. A expectativa é de que a produção some 2,5 milhões de toneladas. A média de produtividade na regional tem ficado entre 3 mil e 3,3 mil quilos por hectare. Mesmo um pouco abaixo da estadual, de 3.326 quilos por hectare, supera a estimativa final da Emater feita em março. E há produtores que, com auxílio de tecnologias, estão conseguindo de 4,2 mil a 4,8 mil quilos por hectare.
Nesta safra, a regional de Bagé somou 841 mil hectares destinados à soja, pontua Dornelles. Há apenas 10 anos, eram 250 mil hectares, crescimento de 236%.
A expansão para as áreas do sul do Estado, que inclui a regional de Pelotas dentro da divisão da Emater, tem sido puxada pela valorização do grão. E, depois do ciclo de perdas acentuadas em 2020 pela falta de chuva, neste ano, as condições climáticas foram favoráveis, o que explica, em parte, o resultado positivo.
*Colaborou Isadora Garcia