A combinação singular de produção farta e valorizada tem deixado um rastro de efeitos também sobre o mercado de terras no Rio Grande do Sul. Além de incrementar o preço do hectare, o bom momento influencia no ritmo dos negócios e no perfil de clientes.
— A tomada de decisão está extremamente veloz, foi catalisada pelo preço dos grãos — avalia Maurício Escobar, sócio-proprietário da Estância do Pampa Imóveis Rurais, com sede em Porto Alegre, mas atuação no Estado e no Uruguai.
Uma negociação que antes poderia se arrastar por meses, é fechado mais rapidamente, acrescenta o sócio-proprietário.
Com crescimento sucessivo, o agronegócio tem atraído também empresários que veem na compra e no arrendamento de terras um canal seguro de investimento. Em geral, arrendam a área.
Neste momento, as maiores expansões de preço têm sido registradas pela imobiliária em dois eixos. Um no trajeto da BR-290, a partir de Cachoeira do Sul. Os preços variam entre R$ 25 mil e R$ 45 mil o hectare. O outro, na trilha da BR-116, de Porto Alegre em direção a Pelotas, tem valores na faixa de R$ 17 mil a R$ 40 mil. Variação média de 12% a 18%.
— Existiam áreas por abrir. É o que tem maior potencial de valorização — avalia Escobar.
Norte e Nordeste mantém os maiores níveis de preços. Sobretudo porque as contas são em sacas de soja: de 450 a até 1,2 mil sacas. Considerada cotação de R$ 168 a saca, o valor máximo do hectare poderia chegar a R$ 200 mil.
— Não vemos no curto e médio prazo uma desaceleração do mercado de compra e venda de propriedades no Estado — completa o diretor comercial da empresa, Alexandre Gama.