Diante de uma safra cheia, com volume histórico de produção, é de se esperar que as exportações no porto de Rio Grande cresçam. Números do primeiro quadrimestre mostram que os bons resultados chegaram ainda antes da entrada da maior parcela do grão. A movimentação total (importação e exportação) em abril alcançou o maior volume mensal da história: foram 4,47 milhões de toneladas. De janeiro a abril, foram 11,81 milhões de toneladas, aumento de 5,28% sobre igual período do ano passado.
Nas exportações, a madeira foi a que registrou o maior crescimento nos quatro primeiros meses: 331,74%. Em seguida, trigo, com alta de 68,87%, e fumo, com 42,58%. Ao avaliar os resultados, o superintendente do porto, Fernando Estima, reforça o peso que teve o setor florestal. Destaque para celulose e pellets (utilizados na produção de energia).
— Há uma necessidade de fontes de energia renováveis. E o crescimento da movimentação mostra que o Brasil está cativando um mercado frequente — diz Estima.
Além disso, o fator cambial também é apontado como um dos motores das exportações, ao deixar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado global. Há ainda o efeito do novo calado do porto, que traz expectativa de um incremento de 10% na movimentação.
— O acréscimo deste ano muito possivelmente será do setor florestal e da soja — projeta o superintendente.
Principal item da pauta agrícola, a soja teve redução de 9,05% em volume despachado no quadrimestre. O dado reflete ainda o efeito da quebra de safra de 2020.
— No ano passado, nessa época do ano, tínhamos produto do ano anterior — lembra Guillermo Dawson, diretor-superintendente da CCGL, cooperativa que opera os terminais de grãos Termasa e Tegrasa.
No mês de abril, acrescenta o dirigente, o cenário começou a mudar, com os embarques de soja crescendo (15%) com a entrada da nova safra, de mais de 20 milhões de toneladas. E daqui para frente, ganhará ritmo cada vez maior.
— A limitação ainda é a capacidade. A operação no limite vai se estender por mais tempo (em razão do aumento da produção) neste ano — entende Dawson.
Ele refere-se à sobrecarga viária no período de maior movimentação e à necessidade de aumento das estruturas do porto, como o píer, que vêm na esteira da ampliação do calado. A CCGL tem um projeto de R$ 700 milhões para ampliação da capacidade no Termasa, que está sob avaliação do Estado.