Nas águas das exportações gaúchas em contêineres, os alimentos ocuparam espaço importante nos resultados de 2020: representaram quase um terço do total movimentado pelo Tecon, no porto de Rio Grande. No topo do ranking ficaram arroz, carne suína e bovina, com crescimentos abastecidos pelo apetite em meio à pandemia.
— Uma coisa posso dizer: vai crescer, vem crescendo. Vejo boa oportunidade no agronegócio — diz Paulo Bertinetti, diretor-presidente do Tecon, sobre a expansão de embarques no terminal de produtos do setor.
Outro item que ganhou espaço foi a farinha de trigo. Saíram rumo a outros Estados brasileros, em especial Alagoas e Pernambuco, 275 contêineres carregados com o produto, somando 7,7 mil toneladas, quase o triplo de 2019.
Com destino à Venezuela, mais 147 contêineres, em um total de 3,8 mil toneladas. Um avanço desde o último embarque, de oito estruturas, registrado em 2017.
— Esse produto teve uma alavancagem grande. Está com qualidade e volume respeitável. A logística fica interessante — observa o diretor-presidente, reforçando a evolução do trigo cultivado no Estado que é ingrediente da farinha.
Com apenas um contêiner despachado em 2019, o farelo de aveia zarpou em 48 unidades no ano passado, somando 1,2 mil toneladas, rumo a países como Chile, Colômbia e Costa Rica.
Com protocolos já assimilados para lidar com a pandemia, o Tecon se preparou para um primeiro semestre sem muita diferença em relação ao cenário do ano passado. Por ora, o desafio a ser vencido, relata Bertinetti, é a dificuldade de contêineres vazios para atender à exportação.