Entre os projetos que ganham corpo com as novas medidas do porto de Rio Grande — o calado de 15 metros foi homologado nesta segunda-feira — está o investimento de R$ 700 milhões a ser feito pela Cooperativa Central Gaúcha (CCGL) no terminal de grãos Termasa, operado por ela. Com o aporte, a perspectiva é ampliar a capacidade de embarque por hora dos atuais 1,5 mil toneladas para 6 mil toneladas. O projeto será executado em módulos. O primeiro, que deve levar um ano e meio, permitirá dobrar esse potencial. A estimativa é de que as obras possam iniciar em 2021.
— A prioridade número um da CCGL é essa — afirma Caio Vianna, diretor-presidente da CCGL.
A conclusão da obra como um tempo deve ocorrer dentro de três anos. Além da ampliação do calado, que permite carregar 10 mil toneladas a mais por navio, outra modificação, no regramento, é considerada fundamental para que o projeto saia do papel. Vianna explica que a revisão das poligonais portuárias viabiliza investimentos que antes não eram possíveis.
O aporte contempla ainda a renovação da malha ferroviária, praticamente duplicando o potencial de descarga em Rio Grande. E, na sede, em Cruz Alta, deve iniciar a construção de empreendimento rodo-ferroviário em área de 92 hectares já adquirida e com aplicação de mais recursos. Sobre a relevância das ações de melhorias logísticas, desenvolvidas ou por desenvolver, o diretor-presidente da CCGL pondera:
— Baixa o custo dos transportes de grãos Interior e, em Rio Grande, pela capacidade de descarga dos navios. Empresas originadoras de soja se interessam mais pelo porto gaúcho.
O último investimento no píer, para que navios graneleiros atracassem foi realizado em 1992.
— O benefício será de manter o terceiro Estado maior produtor agrícola do país de grãos competitivo no mercado internacional, e o produtor recebendo preços melhores em razão de logística eficiente — reforçou Vianna.