O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Na carona da crescente demanda externa por soja, o porto de Rio Grande registra em 2020 a maior movimentação de cargas de sua história. Entre janeiro e julho, passaram pelo terminal localizado no Sul do Estado 23,8 milhões de toneladas de produtos, volume 6,5% superior ao verificado em igual período do ano passado e o montante mais alto verificado na série estatística iniciada em 2009.
As exportações responderam pela maior parte do fluxo no complexo portuário, totalizando 14,9 milhões de toneladas. O resultado significa avanço de 11,1% frente igual período de 2019. Somente os embarques da oleaginosa em grão para o Exterior representaram 7,7 milhões de toneladas, elevação de 23%.
O conflito comercial entre China e Estados Unidos, que acelera a demanda chinesa por alimentos brasileiros, e a entrada de cargas de soja de outros Estados, como Paraná e Mato Grosso, estão entre as razões para a expansão do fluxo comercial, de acordo com o superintendente do terminal, Fernando Estima.
- Os caminhões gaúchos que levam os fertilizantes para outros Estados do Sul e do Centro-Oeste têm voltado com soja para embarque em Rio Grande. Esse movimento não era comum e acreditamos que ele tem potencial para continuar crescendo – avalia Estima.
Proporcionalmente, o item com maior crescimento de demanda no período foi a carne de porco. As cargas envolvendo a proteína animal chegaram a 119 mil toneladas até julho, expansão de 74,5% na comparação com a temporada passada.
Dentro da pauta de exportações, a China foi o destino de 57,8% dos embarques realizados até o momento, alcançando 8,6 milhões de toneladas. Na sequência, aparecem Coreia do Sul e Estados Unidos, com participações de 3,5% e 3,4%, respectivamente, nas cargas enviadas a partir do porto.
Com a menor disponibilidade de grãos na safra gaúcha deste ano, em decorrência da estiagem, a tendência é que movimento de cargas desacelere no segundo semestre. Estima projeta que, no acumulado do ano, o volume deverá s ao verificado em 2019.