O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Um dos principais responsáveis pelas exportações brasileiras de proteína animal, o Rio Grande do Sul colheu resultados bastante distintos no primeiro mês de embarques de 2021. Em janeiro, enquanto os negócios de carne suína cresceram, as vendas de frango para o Exterior diminuíram. No país, a comercialização dos dois produtos recuou em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo maior exportador de carne suína do país, atrás de Santa Catarina, o Rio Grande do Sul enviou 18,6 mil toneladas do produto no mês passado, avanço de 27,3% frente janeiro de 2020. A receita atingiu US$ 46,3 milhões, incremento de 31,9%. Os dados foram compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), com base nas estatísticas do Ministério da Economia. No Brasil, foram embarcadas 63,1 mil toneladas (-7,8%), gerando US$ 146,5 milhões (-10,7%) .
Já as exportações de frango do Estado totalizaram 44,1 mil toneladas, tombo de 17,3%. Terceiro maior vendedor do país, aquém de Paraná e Santa Catarina, o mercado gaúcho faturou US$ 66,7 milhões, o que representa 17,4% de queda. No país, a comercialização alcançou 291,6 mil toneladas (-9,9%), com US$ 434,4 milhões (-17,9%) em negócios.
Diretor de mercados da ABPA, Luis Rua vê a menor demanda no primeiro mês do ano como algo natural. O dirigente lembra que a China, maior consumidora da proteína brasileira, antecipou compras no último trimestre de 2020, mirando a demanda para o ano-novo chinês, celebrado no dia 12 de fevereiro. O aumento das exportações gaúchas de carne suína é um ponto fora da curva em relação aos números do Brasil.
— Janeiro é um mês em que os motores ainda estão se aquecendo. Na carne suína, o Rio Grande do Sul é o único mercado que conseguiu aumentar embarques. Mas é uma questão pontual, não teve nenhum fator específico por trás do resultado — salienta Rua.
Nos próximos meses, a expectativa é de que os embarques das duas proteínas voltem a crescer. Rua ainda lembra que, no caso gaúcho, o iminente reconhecimento internacional do status de zona livre de aftosa sem vacinação deverá alavancar a venda de carne suína para novos mercados.