O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O Rio Grande do Sul produziu 9,95 milhões de suínos para abate em 2020, o que representa elevação de 5,6% em relação ao ano anterior. Os dados foram compilados pela Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), com base em informações fornecidas pela Seção de Epidemiologia e Estatística (SEE) da Secretaria da Agricultura. Ao todo, o Estado contou com 311 municípios envolvidos na suinocultura no período, o que representa 63% do território gaúcho.
Presidente da Acsurs, Valdecir Folador destaca que o crescimento na produção é levemente superior ao verificado nas três temporadas anteriores, quando a atividade subiu entre 2% e 4% anualmente. Fatores como a demanda aquecida no mercado externo, em especial nos embarques para a China, e investimentos de empresas na ampliação de seus frigoríficos no Estado fizeram com que o suinocultor reforçasse a criação de animais em 2020.
— É um crescimento dentro da expectativa que o produtor tinha. O cenário em 2020 já se mostrava bom desde o início — aponta Folador.
Em 2020, 23 municípios gaúchos abateram mais de 100 mil suínos cada. Em 2019, esse grupo era composto por 19 cidades. Rodeio Bonito, no Norte, liderou o ranking pelo quarto ano consecutivo, com 272,2 mil animais abatidos. Na sequência aparecem Palmitinho (221,1 mil), Nova Candelária (202,5 mil), Rondinha (196,8 mil) e Boa Vista do Buricá (181,4 mil).
Entre as regiões gaúchas, o Vale do Taquari se destaca como líder de abates, com 1,9 milhão de cabeças, o que representa 19,1% da produção gaúcha. Na sequência aparecem Fronteira Noroeste (13,1%), Médio Alto Uruguai (13%), Norte (9,4%) e Celeiro (8,7%).
Neste ano, Folador projeta crescimento entre 3% e 3,5%. O dirigente lembra que, apesar dos preços pagos aos produtores terem subido em 2020, os custos de criação dispararam, sobretudo o milho e o farejo de soja utilizados na composição da ração.