O Rio Grande do Sul acaba de bater a marca dos 500 megawatts operacionais em geração distribuída a partir da fonte solar (aquela produzida a partir da instalação de conjuntos de placas fotovoltaicas). Se aproximou do resultado de São Paulo, na segunda posição no ranking nacional, ficando ambos atrás de Minas Gerais. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e apontam ainda que desse total, 68 megawatts provêm do meio rural, ou seja, 13,6%. A entidade aponta ainda que há 43.439 sistemas operando no território gaúcho, abastecendo mais de 53 mil consumidores em mais de 490 municípios.
O uso do sistema no campo ganhou ainda mais espaço neste ano, avalia Paulo Magnani, diretor-geral da Magnani Luz e Energia, com unidades em Caxias do Sul, na Serra, e em Torres, no Litoral Norte. Trabalhando com diferentes soluções, a empresa estima crescimento de 50%, puxado pela energia solar — o negócio com placas fotovoltaicas responde por 10% do total da companhia, com "tendência de ampliar" essa fatia.
— Neste ano, o agro acordou para essa tecnologia. São vários fatores, como a informação que chegou de forma mais consistente, estruturada, de forma segura, por cooperativas, sindicatos — afirma Magnani.
São 600 usinas instaladas e monitoradas em tempo real, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, onde Litoral e Serra concentram as demandas. Um dos projetos foi desenvolvido na Granja Andreazza, no distrito caxiense de Santa Lúcia do Piaí, que agora conta com 600 módulos fotovoltaicos em uma usina de solo com aproveitamento de 100% do sol. Além do uso nas atividades agropecuárias (plantação de morango, maçã, soja, milho e suinocultura), a energia gerada também abastece a residência da família, reduzindo drasticamente os gastos mensais com esse item.
— Na prática, desloca-se o que é custo para o investimento. O retorno vem dentro de três a cinco anos, tudo depende da infra a ser instalada — pontua o diretor-geral da Magnani.