O crescimento exponencial das exportações de carne suína do Brasil, 40,4% no acumulado do ano em volume e 48,5% em receita, tem sido puxado pela fome chinesa. Pouco mais de dois anos depois do primeiro registro, o país asiático ainda sofre os efeitos da redução de oferta interna pela peste suína africana.
Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), praticamente metade das 853,4 mil toneladas embarcadas pelo Brasil, tinham a China como destino. Se a região administrativa de Hong Kong, na segunda posição com 143,1 mil toneladas, for incluída, a fatia é ampliada para 66% do total.
Da mesma forma, os chineses puxaram o faturamento: 55% do total de US$ 1,88 bilhão.
– As vendas para a Ásia seguem sustentadas, especialmente para os destinos impactados por crises sanitárias de peste suína africana. A tendência é de continuidade do quadro – projeta Ricardo Santin, presidente da ABPA.
A China trabalha com velocidade para garantir a recuperação do plantel. Até condomínios verticais para a produção de animais estão sendo desenvolvidos. Ainda assim, projeções apontam que só deve voltar a produzir o volume de 2018 em 2025, o que mantém a perspectiva de demanda por proteína animal brasileira.
O apetite também tem favorecido o Rio Grande do Sul, que aparece como segundo no ranking de Estados exportadores, com volume 25,5% superior aos primeiros 10 meses de 2019.
Outro cenário no frango
Nas exportações de frango, o Brasil registra, até outubro, embarque de 3,5 milhões de toneladas, leve alta de 0,2%.
Em receita, há recuo de 13%,com US$ 5,07 bilhões.
Terceiro maior exportador, o Rio Grande do Sul registrou, no período, aumento em volume, de 19,9%, e de faturamento, de 4,1%. Segundo o presidente-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura, José Eduardo dos Santos, o resultado ainda reflete “recuperação do desempenho de anos anteriores”.