O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Quando os estragos causados pela estiagem na última safra de verão pareciam ter ficado no passado, agricultores do Rio Grande do Sul voltam a deparar com os efeitos do tempo seco no preparo do cultivo do ciclo 2020/2021.
A falta de chuva nas últimas semanas. verificada em algumas regiões. já afeta o desenvolvimento das lavouras de milho, em um momento no qual 66% da área do grão está semeada no Estado.
O déficit hídrico é concentrado na metade Norte e tem impactado lavouras de milho principalmente no Noroeste, que é uma das primeiras localidades a iniciar o plantio e responde por parte expressiva da produção gaúcha. O presidente da Associação dos Produtores de Milho do Estado (Apromilho-RS), Ricardo Meneghetti, constata que, na primeira quinzena de outubro, houve municípios da região que registraram apenas quatro milímetros de chuva, enquanto a média para o mês seria de 250 milímetros.
– O milho que foi plantado mais cedo está sofrendo bastante com a falta de chuva. Ainda teremos de ver a intensidade desse fenômeno, mas haverá algo de quebra na safra – sinaliza.
Após um ano de quebra expressiva na colheita, a Emater projetava produção de 5,9 milhões de toneladas do grão no Estado, expansão de 43% frente à safra 2019/2020. No entanto, Meneghetti avalia que dificilmente será possível atingir esta marca.
Relatos de técnicos do órgão de assistência técnica indicam que a falta de umidade no solo dificulta o controle de ervas em propriedades que finalizaram a semeadura. Por tabela, afeta o ritmo do plantio, atrasando o uso de fertilizantes nas propriedades do norte do Estado.
– Historicamente, não temos dificuldades hídricas neste período. É uma situação nova, que está atrapalhando o plantio e o estabelecimento das lavouras – lamenta Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater.
Apesar do cenário pouco alentador no momento, Rugeri enfatiza que é cedo para mensurar o tamanho exato dos prejuízos nas plantações afetadas.
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