Com um importante espaço de vendas dentro da Expointer, produtores da agricultura familiar seguem na busca por uma alternativa de venda já que a edição presencial não ocorrerá. Na próxima semana, a Secretaria da Agricultura deverá apresentar duas propostas sob avaliação. Uma delas, explica Covatti Filho, titular da pasta, é a possibilidade de parceria com aplicativos de telentrega de comida já existentes.
– As agroindústrias seriam cadastradas, e a entrega, feita por meio dos aplicativos com os estoques ficando no parque (Assis Brasil, em Esteio, onde habitualmente ocorre a feira) – explica o secretário.
Outra sugestão seria a implementação de pontos de drive-thru, em que os clientes pudessem fazer os pedidos de forma semelhante à utilizada por redes de fast food. Uma das organizadoras do pavilhão de produtos da agricultura familiar na Expointer, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) também vem debatendo o tema em reuniões virtuais com agroindústrias.
Vice-presidente da entidade, Eugênio Zanetti explica que um dos pontos de maior apreensão é a logística:
– Nossa preocupação é que possa atrapalhar mais do que ajudar. Tem a questão de perecibilidade de alguns itens e o custo do frete, que poderá ser maior do que o produto.
Plataformas virtuais têm sido utilizadas como ferramentas de comercialização em meio à pandemia. Zaneti ressalta, no entanto, que são mais “regionalizadas”, o que facilita a parte da entrega, sem elevar muito os gastos. Com as restrições trazidas pela covid-19, feiras da agricultura familiar acabaram sofrendo restrições. Há relatos de agroindústrias que tivera redução de até 80% no faturamento.
– Se for para achar uma alternativa, que se tenha todos os cuidados e segurança. Se não, que se espere a pandemia passar para organizar um evento presencial – observa o dirigente.
No ano passado, o espaço da agricultura familiar na Expointer teve 316 empreendimentos e registrou faturamento de R$ 4,54 milhões, alta de 13,5% sobre 2018.