Um dos espaços mais disputados da Expointer, os pavilhões da agricultura familiar também representam um importante canal de vendas do ano para esse setor. Com o cancelamento, entidades que fazem parte da comissão organizadora pensam em alternativas que possam amenizar o impacto da não realização do evento. Com espaço na exposição há 21 edições, as agroindústrias tiveram na edição passada a maior participação. Foram 316 empreendimentos, de 139 municípios do Rio Grande do Sul mais três Estados. E faturaram, nos nove dias de feira, R$ 4,54 milhões, valor igualmente histórico.
– A feira é importante para o produtor. Por enquanto, temos ideias iniciais. Quem sabe um evento virtual? – pondera Jocimar Rabaioli, assessor de Política Agrícola e Agroindústrias da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS).
Também parte da comissão, a Emater já tem hoje um portal, a Feira Virtual da Agricultura Familiar, criado para auxiliar o segmento a manter as vendas em meio à pandemia. O secretário da Agricultura, Covatti Filho, lembra também que está em vigor uma instrução normativa que permite a venda de agroindústrias com inspeção municipal em todo o Estado, enquanto durar o decreto da pandemia.
– Vamos ter de recomeçar de novo – acrescenta o secretário sobre os próximos passos, depois da definição pelo cancelamento da Expointer.
Pelo menos 14 associações de raça demonstraram interesse em realizar provas e julgamentos. Novas reuniões, previstas para a próxima semana, serão realizadas para organizar o espaço do parque Assis Brasil, em Esteio. A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, que comanda o Freio de Ouro, fará a final no local. Antes, precisa acomodar quatro classificatórias.
Em relação aos produtores familiares, Rabaioli lembra da importância de demanda encaminhada, para criação de linha de crédito emergencial. O objetivo é dar fôlego às agroindústrias, inclusive para terem condições de fazer entregaa, caso seja estabelecido algum canal de vendas.
O pedido foi encaminhado no mês passado ao Banrisul. Por meio da assessoria, o banco informou que respondeu o ofício enviado, dois dias depois, à Fetag-RS. Segundo a entidade, no documento são citadas linhas já existentes para financiamento, mas não há resposta sobre linha criação dessa linha específica.