O mesmo tempo seco e ensolarado que castigou as lavouras soja e milho, foi fundamental para que se alcançasse a maior produtividade da história na produção de arroz. Com 98% da área total colhida, é possível afirmar que o rendimento médio será de 8.418 quilos por hectare, um recorde, segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
O melhor resultado até então havia sido na safra de 2017/2018 com 7.917 quilos por hectare.
Diretor técnico da entidade, Ivo Mello lembra que a luminosidade é muito importante na fase de enchimento de grãos. E observa que anos de estiagem, ruins para outros grãos, costumam ser positivos para o arroz:
– Não faltou água no início do ciclo. Os mananciais estavam com reservas ao máximo. Durante todo verão tivemos radiação solar satisfatória. E no enchimento de grão também.
Essa condição ajudou inclusive lavouras que foram semeadas fora da janela preferencial, por conta da chuva em excesso na largada da safra. A tendência era de que tivessem impacto negativo na produtividade.
Nas regiões em que a maioria do plantio ocorreu em período recomendado, o resultado é superior à media. Na Fronteira Oeste, chega à média de 9.259 quilos de arroz por hectare.
A ampliação do rendimento reflete ainda, na avaliação de Mello, a profissionalização do agricultor, que tem lançado mão das melhores práticas para garantir bons resultados. Tanto que, apesar da redução de área cultivada – em 2010/2011, chegou a 1,17 milhão de hectares – se chegou à produtividade histórica. Neste ano, foram 934,54 mil hectares semeados.
No total, a safra atual deve ficar em 7,7 milhões de toneladas, longe das 8,95 milhões de toneladas de 2010/2011.
Com preços em patamares elevados e desempenho positivo na safra, os produtores experimentam um momento singular depois de anos ruins.