O tempo firme tem permitido rápido avanço da colheita de arroz no Rio Grande do Sul, principal produtor nacional do cereal. A projeção é de que nesta semana chegue ao terço final da área total, que é de 934, 54 mil hectares.
Em safra marcada por forte estiagem, o final do ciclo apresentou recuperação por conta das mesmas condições que tanto prejudicaram outras culturas de verão. O plantio havia atrasado em razão do excesso de chuva, empurrando parte da produção para fora da janela preferencial – em que normalmente são obtidas as melhores produtividades.
Mais perto do encerramento do período, no entanto, em razão da etapa de desenvolvimento de parte das lavouras, as mesmas condições que prejudicaram a soja ajudaram o arroz.
Há uma frase que resume as necessidades do cereal: “sol na cabeça e água nos pés”. Ou seja, precisa de boa luminosidade na planta, a “cabeça”, o que ocorreu, e de umidade na raiz, ou no “pé.” Vale lembrar que a produção é quase 100% irrigada – pelo sistema de inundação. Isso significa que a escassez de precipitações não prejudicou?
— Sim, teve lavouras com problemas de água. Bem no final, mas não se sabe ainda o tamanho do estrago. Só com a conclusão da colheita se saberá com precisão — observa Ivo Mello, diretor técnico do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
Ele reforça que as condições de março favoreceram o enchimento de grãos.
— É uma safra boa, acima das expectativas iniciais. A produtividade poderá chegar perto de 8 mil quilos — avalia Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS).
O total produzido deve ficar em torno de 7,4 milhões de toneladas, abaixo da média e um pouco acima da safra passada, quando houve redução significativa por conta de enchentes e alagamentos.