Os preços do arroz já não são mais os mesmos. Houve mudança de patamar tanto para o produtor quanto para o consumidor. Nos supermercados, tem ficado entre 10% e 15% mais caro. O cenário era projetado desde o ano passado por entidades do setor produtivo, em razão de fatores conjunturais como safra pequena e estoques de passagem baixos no Brasil. Também pesa a variação cambial que, na prática, tem tornado inviável a entrada de produto do Mercosul no país. Soma-se a isso uma situação imprevista, a da pandemia, que intensificou o cenário de valorização.
– As projeções eram de preços firmes no ano. Daqui para frente, a alta dependerá do consumo. Muito da demanda ocorrida agora deve se converter em represamento – observa Tiago Barata, diretor-executivo do Sindarroz-RS.
Para o produtor, essa é chance de tentar recuperar um pouco do prejuízo acumulado nas últimas safras. Ontem, o valor da saca para arroz em casca chegou a R$ 54,18 segundo índice Esalq/Senar-RS. É a primeira vez em três anos que as cotações superam o custo de produção.
— O produtor começa a recuperar parte dos prejuízos dos últimos anos — afirma Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz-RS).
Em nota conjunta, Farsul, Federarroz-RS e Fetag-RS reforçam que o abastecimento de arroz no país está garantido. Também afirmam que mudança de patamar de preços ao consumidor “de maneira alguma irá pesar no orçamento familiar, em função do baixo peso do produto na cesta básica”. Evidências, acrescenta o comunicado, comprovam que o movimento de alta nas cotações está ligado à conjuntura de mercado.