A jornalista Karen Viscardi é colaboradora da colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O setor de proteína animal brasileiro acompanha diariamente os embarques de frigoríficos e granjas que atuam no mercado chinês. Após o surto de peste suína africana e coronavírus, no último final de semana foi relatado o retorno de gripe aviária H5N1 no país. Para o setor de aves brasileiro, o volume enviado para o país asiático, que cresceu 34% em 2019, pode ganhar novo reforço.
— A tendência é manterem o mercado ativo, porque o Brasil tem reconhecida sanidade tanto em aves quanto em suínos — explica Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Por outro lado, o dirigente lembra que o setor não pode deixar de atender outros importantes importadores além do gigante asiático, que aumentou seu apetite após a peste suína africana:
— O volume exportado para a China de carne de frango cresceu 34% e suína 61%. Crescemos bem sem causar danos onde atuamos.
Na proteína bovina, a situação é diferente. Há preocupação com o impacto do coronavírus na economia, que pode reduzir a renda da população, o que ainda não ocorreu.
— Diariamente, avaliamos a situação com as empresas. Continuamos cumprindo contratos, ainda que não na velocidade do mercado normal. Temos de considerar momento atípico por duas questões: parada por causa da doença (coronavírus) e pela prorrogação do feriado de Ano Novo — detalha Antônio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Para ele, os desdobramentos podem trazer alguns percalços na parte comercial, mas é cedo para avaliar. Acompanhando os possíveis efeitos do coronavírus nas exportações para a China, o governo brasileiro não identificou nenhum impacto até o momento, segundo o subsecretário de Inteligência e Estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão. Segundo ele, a automatização das operações nos portos chineses reduz o risco de contaminação.
Em janeiro, na média diária, as exportações brasileiras para a China caíram 9,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. O recuo deve-se, principalmente, à doença que prejudicou o rebanho suíno chinês, que diminuiu as vendas de soja e de milho, usados como ração para suínos.
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