As exportações de produtos do agronegócio gaúcho devem fechar 2019 com volume menor do que no ano passado. Os indicativos vêm de números parciais do porto de Rio Grande. Balanço do período de janeiro a novembro aponta recuo de 4% no total de cargas movimentadas em relação a igual período de 2018. Embarques de soja em grão caíram 7,94% nesse intervalo. Os de farelo de soja, 10,83%. E os de arroz, 21,16%.
Para alguns itens, o cenário está praticamente consolidado. É o caso da soja. Para outros, no entanto, dezembro poderá mexer nos números finais do ano. Entram nessa lista, segundo o superintendente do porto, Fernando Estima, embarques de arroz e de gado em pé (que até novembro, registravam redução de 17,05%).
A principal razão da diminuição no volume total de cargas despachadas via Rio Grande está no produto de maior peso na pauta de exportação, que é a soja. Fatores como menor demanda chinesa, em razão da peste suína africana (o grão é insumo para ração dos animais), negociações entre China e Estados Unidos e base elevada de comparação ajudam a explicar o resultado.
Nos recentes balanços de entidades do setor, foi ressaltado o desempenho “fora da curva” verificado em 2018 para as vendas externas da oleaginosa. O resultado naquele ano veio da combinação de comercialização de produto represado e da disputa comercial entre americanos e chineses, que favoreceu o grão produzido no Brasil.
Sérgio Leusin Júnior, economista do Departamento de Economia e Estatística, lembra que, se por um lado teve recuo, de outro houve destaques positivos. É o caso do setor de carnes, alimentado principalmente pelo apetite da China e também pelas compras da Arábia Saudita e pela retomada da Rússia.
O setor florestal foi outro com desempenho positivo. Esses avanços só não conseguiram reverter o tombo da soja, pelo peso que o grão tem no todo – representa 40% dos embarques no Estado.
– De maneira geral, a redução de 4% não é preocupante, nem indica grande perda de carga. O que nos agrada é ver que há diversificação e retomada de alguns setores como do trigo – avalia Estima.