Nos primeiros seis meses do ano, o volume de soja embarcada via porto de Rio Grande encolheu na comparação com igual período do ano passado. Considerado apenas o grão, foram exportadas 4,91 milhões de toneladas, tombo de 22,7%. No complexo todo, foram 6,08 milhões de toneladas, recuo de 21,3%.
Para o superintendente Fernando Estima, há pelo menos três razões a serem consideradas para esse resultado. A primeira é a base de comparação. No ano passado, havia muita soja represada da safra de 2017 que acabou sendo negociada. Outro ingrediente importante é a disputa comercial que se mantém entre China e Estados Unidos. O impasse e as perspectivas de quase acordo — que não veio ainda — neste ano deixaram compradores em compasso de espera.
E há ainda a peste suína africana, cujos focos se multiplicam na Ásia e, em particular, no território chinês, levando ao abate de milhões de animais e impactando a demanda por soja para ração.
Para o segundo semestre, no entanto, a perspectiva é de mudança no cenário:
— Devemos recuperar o volume embarcado. A expectativa é de fechar o ano com incremento de 4% a 5% na movimentação do porto.
Ele diz que a redução nos embarques não tem relação com a dragagem do canal de passagem, ainda em execução. A obra teve início em outubro do ano passado. Em dezembro, o surgimento da lama na praia do Cassino fez com que os trabalhos fossem temporariamente embargados. Depois de idas e vindas, decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região garantiu a continuidade dos trabalhos, que chegam a 88% do total. A previsão é de que sejam concluídos até o próximo mês.
— Isso atrairá navios com porte um pouco maior, dando garantia de que possam sair mais carregados com segurança — pontua Estima.