Após idas e vindas, jurídicas e burocráticas, a dragagem do porto de Rio Grande deverá ser concluída em um mês. Terminada a obra física, serão mais dois meses para homologação do aumento da calagem por empresa de fiscalização e pela Marinha. No último dia 18, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decidiu manter a continuidade dos trabalhos.
— Estamos hoje com 85% da obra concluída, com um sistema permanente de acompanhamento técnico — informa Fernando Estima, superintendente dos Portos no Rio Grande do Sul.
Em parceria com o Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira, da Universidade Federal de Rio Grande (Furg), foram instaladas cinco boias que a cada 15 minutos transmitem informações sobre movimentos de sedimentos. Relatórios são enviados à Justiça a cada 15 dias.
— Foi esse monitoramento que deu subsídios para a obra ser liberada — explica Estima.
Em dezembro de 2018, o surgimento de lama na praia do Cassino levou a Justiça a embargar os trabalhos — iniciados dois meses antes, após três anos de espera devido a impasses políticos e ambientais. A pressa para a conclusão da dragagem é justificada pela importância do terminal, por onde passam 96% das exportações e importações do Rio Grande do Sul.
Com a limpeza, a profundidade do principal trecho do terminal será ampliada de 14 metros para 16 metros — permitindo que navios atraquem no terminal com segurança. A obra recebeu R$ 368 milhões da União e suplementação de R$ 100 milhões.