Ainda é cedo para quantificar com precisão a amplitude dos estragos causados pela falta de chuva associada a temperaturas elevadas na produção de milho do Rio Grande do Sul. Mas à medida que o tempo seco se mantém, as estimativas de danos vão sendo revisadas. Levantamento feito pela Associação das Empresas Cerealistas do Estado (Acergs) com associados aponta redução média de 27,7% na produção.
– As chuvas sumiram, e as lavouras de milho, como têm janelas mais curtas, são as que mais estão sofrendo – observa Vicente Barbiero, presidente da entidade que tem 210 pontos de recebimento de grãos no território gaúcho.
Como boa parte da lavoura está em floração e enchimento do grão, a água é ingrediente fundamental. A falta de umidade nesta etapa provoca perdas irreversíveis.
A situação acendeu alerta entre produtores, como registrou a coluna na quinta-feira (26) Barbiero acrescenta que as perdas têm variações entre 10% e 50%, com problemas mais acentuados no centro do Estado.
Áreas que foram semeadas mais cedo e que, portanto, estão etapa mais avançada de desenvolvimento têm apresentado bons resultados. Ainda assim, poderão sofrer algum impacto pela recente falta de umidade.
– De certa forma, esses locais conseguiram escapar. Mas há problemas muito sérios em locais como Não-Me-Toque e Santa Bárbara do Sul. É preocupante. A previsão é de pouca chuva, e as temperaturas estão altas – reforça Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS).
A Associação dos Produtores de Milho (Apromilho-RS), que projetava redução entre 10% e 15% na sexta-feira, avalia que o percentual possa ter crescido para algo entre 20% e 30%.
– Sem chuva, a folha perde umidade e para de funcionar. Praticamente reduz a zero a atividade biológica, não conseguindo encher o grão – explica Ricardo Meneghetti, presidente da Apromilho
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