O tempo seco e as temperaturas elevadas começam a produzir efeitos indesejados nas lavouras de milho do Rio Grande do Sul. A ausência de chuva por período prolongado acendeu o sinal vermelho em importantes regiões produtoras do grão. Diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri confirma que a situação, no momento, é preocupante:
— Há perda, o que não se pode mensurar ainda é o tamanho. O milho tem período de florescimento curto. Se não tem água naquele momento, a chance de ter prejuízo é grande.
O diretor técnico explica que as plantações que estão em fase de florescimento e de enchimento de grão são impactadas pela falta de umidade. A soja também sofre com a ausência de precipitações, mas ainda não está no período considerado crucial para o desenvolvimento — nessa cultura, o sinal é amarelo. Somente o milho plantado no cedo, já em fase de maturação, está em situação diferenciada, acrescenta Rugeri.
Em Não-Me-Toque, no Norte, os produtores já estimam danos. Presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais do município, Maiquel Roberto Junges diz que a expectativa era de colher cerca de 200 sacas por hectare em média. Agora, no entanto, a projeção é de "40, 50 sacas", no máximo.
— Tem regiões do município com mais de 25 dias sem chuva. As lavouras de soja também não estão em boas condições de desenvolvimento — conta Junges.
A estimativa inicial da Emater para a safra de milho 2019/2020 é de área de 771,59 mil hectares, alta de 1% sobre o ciclo passado. O volume projetado soma 5,95 milhões de toneladas, aumento de 3,65%. A previsão inicial da instituição também indicava safra recorde de grãos de verão no Rio Grande do Sul. Por enquanto, não há quantificação do estrago da falta de chuva no milho.
— A situação preocupa pelas perdas dos produtores e também pela questão de abastecimento do milho. O Estado não é autossuficiente na produção — pondera Rugeri.
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