Não existe fórmula mágica para fazer um negócio dar certo, seja no campo ou na cidade. Mas alguns modelos têm se mostrado mais blindados – ainda que não infalíveis – do que outros.
O cooperativismo, com jargão próprio, no qual o faturamento recebe o nome de ingresso e o lucro se chama sobra, é um deles. Recentemente, na apresentação do balanço dos resultados de 2018 do segmento, quando novo recorde foi registrado no Estado, a máxima de que o sistema cresce nos momentos de crise voltou a ser repetida.
Ao usar não só um vocabulário diferente, mas outra lógica para tocar os negócios, as cooperativas acabam ganhando destaque frente ao sistema empresarial. E vão irrigando incentivos em seu entorno, muitas vezes impulsionando toda uma comunidade, como mostra a reportagem de Joana Colussi.
Para fazer o sistema dar certo, é preciso nutri-lo com insumos importantes, como o da gestão. Nas que atuam no ramo agropecuário, a qualificação se faz ainda mais necessária porque a matéria-prima é sensível a oscilações climáticas e de mercado, o que impõe alto risco à atividade.
Sem se preparar para conseguir administrar todos os recursos, humanos e capitais, as cooperativas também podem sucumbir. Um dos casos emblemáticos é o da Cotrijui, que já foi a maior da América Latina e hoje está sob intervenção judicial, depois de passar por um processo de liquidação extrajudicial que começou em 2014.
É possível superar os problemas quando eles aparecem – a Cooperativa Mista Tucunduva (Comtul) provou isso ao conseguir reverter uma liquidação extrajudicial. Nesse caso, foi também a forma de lidar com o problema que fez a diferença, com agilidade na tomada de medidas e participação ativa dos associados.