Iniciada em 2008, a reavaliação toxicológica do herbicida glifosato tem prazo para terminar. A meta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é chegar a dezembro de 2019 com o processo concluído.
O trabalho de análise foi iniciado em 2008 e na última terça-feira teve um capítulo importante. Técnicos do órgão emitiram parecer no qual dão aval para que o princípio ativo siga sendo utilizado nas lavouras brasileiras, sob o argumento de que não apresenta características carcinogênicas, mutagênicas e teratogênicas (ou seja, capaz de causar câncer ou provocar má formação em fetos na gravidez).
Processo de consulta pública foi aberto para que a sociedade possa se manifestar acerca do assunto. As observações e os dados serão analisados pelos técnicos.
Coordenador de Reavaliação Toxicológica da Anvisa, Daniel Coradi explica que o entendimento do órgão vai ao encontro das classificações feitas em outros países:
— A decisão da Anvisa não é solitária no mundo da regulação dos agrotóxicos. Agências reguladoras do mundo todo, como a dos Estados Unidos, a do Canadá, a da Europa, a da Austrália, foram por esse caminho. A Anvisa foi algumas vezes mais conservadora do que essas agências.
O órgão está propondo que se façam modificações e restrições no uso do produto. O glifosato não foi o único agrotóxico a passar pelo processo de reavaliação. A lista de trabalho da Anvisa tem 14 princípios ativos sob análise. Desses, explica Coradi, oito foram banidos, três sofreram modificações e outros três estavam sendo avaliados (um deles era o glifosato).
— A Anvisa está tranquila e bem subsidiada tecnicamente — reforça o coordenador.