Com a definição do nome da nova ministra da Agricultura, a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), e a sinalização de que a agricultura familiar voltará a ser parte dessa pasta, os produtores do Rio Grande do Sul direcionam as atenções agora para o governo de Eduardo Leite (PSDB).
Na próxima segunda-feira (12), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag) deverá receber a visita do governador eleito em sua sede, em Porto Alegre. A agenda com o tucano foi solicitada pelo presidente da entidade, Carlos Joel da Silva.
Será oportunidade para que possa apresentar as demandas do segmento e, principalmente, reforçar a defesa da manutenção da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo. Até o momento, não há projeção de como ficará a estrutura voltada ao setor primário – hoje são duas secretarias.
A experiência federal continua sendo um argumento para que se mantenham as duas pastas. Depois que o Ministério do Desenvolvimento Agrário foi extinto, em 2016, os pequenos produtores viram suas demandas diluídas. A opção do governo de Michel Temer, de colocar o assunto dentro da Casa Civil, é parte do problema.
– O ministro da Casa Civil tem outras incumbências. A última coisa que ele pensa é na agricultura familiar – observa Joel.
O crédito fundiário, por exemplo, ficou estagnado por quase dois anos, enquanto a demanda por acesso à terra continua.
Esses são alguns dos argumentos que deverão ser pontuados na conversa com Leite. Claro, as ações pertinentes ao governo estadual são outras, mas o fato de que a extinção do ministério acabou sendo prejudicial, na avaliação das entidades ligadas à agricultura familiar, certamente será usada como justificativa para pedir a manutenção das duas secretarias no RS.