O hondurenho Manuel Chinchilla é o novo presidente da Philip Morris no Brasil, considerado importante mercado mundial. Na última sexta-feira (19), ele esteve no Rio Grande do Sul por ocasião da comemoração dos 45 anos da marca. Em conversa com a coluna, falou sobre temas como a meta de substituir o cigarro convencional pelo eletrônico (no início do ano, a empresa lançou no Reino Unido uma campanha publicitária que falava sobre um mundo sem fumaça. O executivo falou ainda sobre como vem preparando os produtores para essa mudança. Confira trechos da entrevista.
A Philip Morris fala em substituir cigarro convencional por eletrônico. Isso é reflexo das restrições adotadas no mundo?
Há 10 anos a empresa investe em pesquisa e desenvolvimento. Na Suíça, temos centro com mais de 400 cientistas e investimos mais de US$ 3 bilhões. E há quatro anos conseguimos ter uma plataforma. A ciência tem mostrado que a principal causa de doenças do fumo vem do fato de o tabaco ser queimado. Em um primeiro momento, lançamos no Japão e na Itália. Agora, temos mais de 42 países com esse produto. Cerca de cem milhões de fumantes migraram para a nova categoria.
Como a indústria prepara o produtor para essa mudança?
O processo de industrialização dessa categoria é muito diferente, e é difícil fazer comparativo. O tabaco precisa estar mais concentrado, porque será usado com dispositivo eletrônico para só aquecer o produto. Temos política de transparência total. Os tipos de tabaco do Brasil são os utilizados na nova categoria. O fato de o país ser o maior exportador e ter produto de alta qualidade faz com que o produtor brasileiro seja parte dessa transformação. Estamos convencidos que essa nova categoria faz parte da solução. A melhor solução é parar de fumar, mas se quer continuar usufruindo do tabaco, deve ter escolha de risco reduzido.
No futuro, a ideia é ter só esse novo modelo? Ou os dois?
Quando recebermos autorização para a nova categoria no Brasil, obviamente estamos pensando na possibilidade de ter uma fábrica que possa produzir as duas categorias. A Philip Morris tem a visão de parar de vender cigarros. Mas entendemos que precisa haver migração. E em um momento os dois estarão juntos. Temos o compromisso claro e assertivo de deixar de vender cigarro.
Há algum novo investimento previsto para o Estado?
Por enquanto não, porque nosso negócio é muito completo em Santa Cruz do Sul. Temos a produção do tabaco e a do cigarro. O único desenvolvimento novo é que, mais recentemente, tivemos aprovação para produzir maços com menos de 20 cigarros. É muito importante, porque vai gerar oportunidade para exportação.