No momento em que o Rio Grande do Sul começa a lançar as sementes de soja da safra 2018/2019, a discussão sobre duas estratégias importantes volta à tona: a adoção do vazio sanitário e o estabelecimento de data-limite para o plantio. Os debates iniciaram no ano passado, em razão da resistência desenvolvida nas lavouras aos produtos utilizados no controle de pragas e doenças. A iniciativa de adotar as medidas cabe à Secretaria da Agricultura — instrução do Ministério da Agricultura determina que esses regramentos sejam feitos pelos Estados.
Dos grandes produtores de grãos do país, o Rio Grande do Sul é o único que ainda não tem vazio sanitário (período de, no mínimo, 60 dias sem soja viva no campo).
— A resistência é um fato, e essas estratégias de controle se fazem necessárias, ao passo que a indústria sinaliza que não há previsão de novos lançamentos — afirma Ricardo Felicetti, chefe da Divisão de Defesa Vegetal da Secretaria da Agricultura.
No caso da ferrugem asiática, por exemplo, já existem focos de resistência para os três produtos existentes para controle do fungo. A ideia era que a discussão tivesse avançado a tempo do ciclo atual, mas isso não foi possível. Entidades representativas têm sido consultadas no processo. Felicetti estima que para 2019/2020 as duas mudanças já estejam em vigor.
— Do ponto de vista técnico, somos a favor, agora veremos o que o produtor tem a dizer — observa Luis Fernando Fucks, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS).
Segundo o chefe da divisão de defesa vegetal, os dois pontos que ainda precisam de consenso são: data máxima para o plantio (já que há regiões em que produtores fazem uma primeira safra de milho e uma segunda de soja) e o controle das plantas espontâneas de soja. O objetivo, acrescenta, é "ter soluções, sem onerar o produtor".
— A pesquisa e o campo já nos mostraram com clareza a necessidade de implantar essas medidas — acrescenta Jairo Carbonari, chefe da Divisão de Defesa Agropecuária do ministério no Estado