A preocupação com o avanço da resistência nas lavouras de soja do Rio Grande do Sul é o fio condutor de encontro que ocorre na próxima semana em Porto Alegre, em parceria entre a superintendência do Ministério da Agricultura e a Secretaria da Agricultura. Do ponto de vista técnico, o vazio sanitário seria a opção mais recomendada, observa Ricardo Felicetti, chefe da Divisão de Defesa Vegetal da secretaria, que justifica:
– Pelo fato de não haver novos princípios ativos a serem lançados nos próximos 10 anos, e pela situação de sucesso vista em outros Estados que adotaram a medida.
Felicetti cita Goiás, que adotou o vazio sanitário (período de, no mínimo, 60 dias sem plantas vivas de soja no campo) em 2007 e conseguiu reverter a resistência do fungo da ferrugem asiática aos produtos de controle. Jairo Carbonari, chefe do Serviço de Sanidade Vegetal do ministério no Estado corrobora que, do ponto de vista técnico, não existe mais dúvidas sobre a necessidade da medida. Mas o encontro, que contará com técnicos da Embrapa Soja, Embrapa Trigo e Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), tem como objetivo sensibilizar o setor para este tema.
– É um problema de todos os envolvidos na produção. E estamos empurrando com a barriga – reforça Carbonari.
Dos grandes produtores de grãos no país, o Rio Grande do Sul é o único Estado a não adotar o vazio sanitário. Um dos argumentos era o de que o inverno fazia naturalmente o controle, mas isso não tem ocorrido em razão do pouco frio registrado na estação.