O plantio da safra de arroz no Rio Grande do Sul chegará ao fim sem que uma das principais recomendações feitas pela Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS) seja atendida. A redução do espaço destinado à cultura deve ficar bem abaixo do preconizado pela entidade.
Com 95,4% da área estimada semeada, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) projeta recuo em torno de 2% na comparação com o ano passado.
– Haverá redução, mas não significativa – confirma Maurício Fischer, diretor técnico do Irga.
Apesar do mercado e dos preços desfavoráveis, muitos agricultores acabam mantendo o investimento no arroz pelo fato de terem contratos de arrendamento, tendo de pagar pelo uso da terra. Presidente da Federarroz-RS, Henrique Dornelles vê com preocupação a manutenção da área – a entidade indicava redução de 15% para a cultura no Mercosul. Diz que a consequência será preços nos patamares atuais, com depressão no período de safra, como é histórico.
– Estamos em plena entressafra de arroz e o preço não evoluiu. Se não está remunerando, quanto mais eu plantar, mais aumento o meu prejuízo – entende Dornelles.
A previsão é de que a semeadura possa ser concluída ainda nesta semana. Na sexta-feira, foi publicado no Diário Oficial da União a prorrogação do calendário de plantio, que havia sido solicitada pelo Irga, em razão do atraso por conta do excesso de chuva na primavera.