As indústrias brasileiras de frango acompanham com atenção a votação que ocorre nesta quarta-feira (18) na Comissão Europeia sobre eventuais restrições às exportações aos países do bloco. Na prática, seria o descredenciamento de empresas habilitadas a vender àquele mercado. A expectativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) é de que seja solicitado mais prazo para a análise ou de que a medida não seja aceita.
– Seria muito ruim para o Brasil se fosse aprovada, porque os volumes embarcados por essas empresas são grandes e influenciam no mercado interno – pondera Ricardo Santin, vice-presidente de mercado da ABPA.
Uma restrição agravaria ainda mais o cenário de oferta já elevada dentro do país. Após a Operação Trapaça, que teve a BRF como alvo, o Ministério da Agricultura determinou autoembargo a unidades da marca.
E grande parte da produção que iria para o Exterior ficou no Brasil, no momento em que o consumo interno ainda não se recuperou por completo da recessão. Para completar, o milho, importante insumo do setor, ficou mais caro.
Esse panorama fez com que empresas tivessem de reajustar a produção, anunciando férias coletivas. A BRF dará férias coletivas de 30 dias aos funcionários da linha de abate de aves da planta de Rio Verde (GO) e a todos os que atuam na linha de produção de Carambeí (PR), a partir de maio. As unidades de Mineiros (GO) e de Capinzal (SC) também sofreram ajustes. A Aurora anunciou férias coletivas em unidade de Santa Catarina, em junho.
– Após publicação da medida (da Comissão Europeia), ela será avaliada e serão tomadas as providências consideradas necessárias para restabelecer o fluxo comercial – disse o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.