O ritmo na colheita de grãos determina também o fluxo de escoamento da produção no Rio Grande do Sul. E com a demanda em alta, o valor do frete acelera. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) analisado pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul) mostra aumento de 7,7% no preço pago por tonelada, na média do Estado. Na pesquisa, são analisados quatro municípios gaúchos – Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Rosa e Santo Ângelo –, tendo como base de comparação o dia 13 de abril deste ano e o de 2017.
A maior alta foi registrada em Cruz Alta – 13,3%, passando de R$ 75 para R$ 85 o valor da tonelada. Em Santo Ângelo, os valores permaneceram iguais – R$ 90. Embora na comparação de 2017 com 2016 a majoração dos preços tenha sido maior, na casa dos dois dígitos, o percentual de agora não deixa de trazer preocupação.
– Ainda assim é um aumento elevado, acima da inflação – pondera Antônio da Luz, economista-chefe do Sistema Farsul.
Vice-presidente da Associação Brasileira de Logística, Paulo Menzel afirma que o custo logístico deverá crescer de 5,5% a 6% neste ano. Ele projeta falta de caminhões para o transporte da safra, a exemplo do que ocorreu no ano passado, quando a colheita recorde obrigou motoristas a ficarem parados nas filas para descarregar. Com isso, os caminhoneiros conseguiram fazer menos viagens e o frete subiu, explica Menzel. Outro problema está no fato de que o número de autônomos está encolhendo – e entre 78% e 80% de todas as cargas são transportadas pela categoria. Quem fica no mercado, aumenta o frete.
– Temos de mudar o modelo de escoamento de grão, urgentemente. O atual está equivocado. Por exemplo, é extremamente dependente do modal rodoviário – avalia Menzel.