O maior volume de vendas compensou a queda do preço dos principais produtos agrícolas e as 35 cooperativas ligadas à Fecoagro encerraram 2017 com faturamento de R$ 20,8 bilhões, 5,3% acima do ano anterior. O indicador equivalente ao lucro também voltou a subir. Cresceu 7,6% e chegou a R$ 410,7 milhões.
Ao apresentar o balanço, o presidente da entidade, Paulo Pires, aproveitou para revelar alguns planos para o futuro e avaliar o mercado. Uma das metas é agregar mais valor.
O setor de carnes é a prioridade. No Rio Grande do Sul, a participação das cooperativas na área é inferior a 5%, enquanto em Santa Catarina e Paraná a fatia fica entre 25% e 50%.
– Queremos trabalhar com arranjos regionais – diz Pires, referindo-se à possibilidade de cooperativas próximas se unirem para erguer uma planta conjunta, com maior escala.
Em outra frente, a Fecoagro está trabalhando com a Embrapa para tentar estancar a queda da área de trigo. A intenção seria desenvolver tecnologia voltada a um grão para ração, a ser exportado até o primeiro trimestre, com um custo menor de produção para garantir rentabilidade aos agricultores.
Em relação à comercialização da safra de soja neste ano, a Fecoagro avalia que vai ocorrer de forma mais rápida. Um sinal seria o volume de exportação de janeiro, da produção do ano passado, que teria sido recorde no Estado.
O mercado tenderia a fluir mais porque diminuiu a esperança dos produtores de conseguir acima de R$ 80 pela saca, o que travava as vendas. Mesmo assim, o estoque de passagem é considerado sem precedentes. Seriam cerca de 3,3 milhões de toneladas, dois terços nas cooperativas. Não é esperado, entretanto, um caos na armazenagem, como em 2017. Tanto pela safra de soja menor, quanto pela redução da produção de milho e trigo.