Se você é daqueles que não costumam ler as letras pequenas das embalagens pode ter deixado de perceber detalhe importante: a presença maior de carne bovina de outros Estados nas prateleiras do varejo do Rio Grande do Sul. Tem desde locais mais conhecidos, como o Centro-Oeste (na imagem acima, mercadoria de Mato Grosso do Sul), até o Norte. Segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), cerca de 30% desse produto vem de outras regiões do país, onde há predominância de raças zebuínas, como nelore. Diferentemente da pecuária local, que trabalha com raças europeias, que produzem carne reconhecidamente mais macia.
– As grandes redes trazem alguma coisa do Mato Grosso, por exemplo – afirma Antônio Cesa Longo, presidente da Agas.
A origem distinta pode representar também diferença de preço. De toda forma, o Estado tem consumo per capita maior do que o nacional e precisa trazer carne de fora para atender a demanda.
– A produção em outros Estados é mais barata, têm produto o ano inteiro – explica Zilmar Moussalle, diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados.