O convencimento do governo ou a intensificação das manifestações. Esses são os dois caminhos possíveis na ótica de entidades do setor agropecuário frente à proposta de reforma previdenciária. A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) reúne nesta terça-feira (16) as federações de todos os Estados em Brasília, para definir como se posicionará.
Ainda não jogou a toalha e pretende fazer o governo recuar na forma da contribuição e também na idade mínima para aposentadoria das mulheres, que foi ampliada de 55 anos para 57 anos. Tanto que tenta agenda com o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Na semana passada, ele já havia se reunido com representantes das entidades, junto com Arthur Maia (PPS-BA), relator da comissão especial que analisou a proposta de emenda constitucional.
– Sentimos que há espaço para avançar, para discutir essas questões – afirma Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado.
Presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, o deputado Heitor Schuch (PSB-RS) diz que será dado o "tiro de misericórdia para tentar salvar a contribuição sobre a produção":
– Ou a gente consegue aprovar destaque em plenário, ou o governo concorda com isso.
A possibilidade de o Planalto rever a atual posição, em que altera a contribuição para individual e não mais sobre a produção, está ancorada na necessidade que tem de obter 308 votos para a aprovação da reforma no plenário da Câmara. Recuar para aprovar talvez seja o lema do presidente Michel Temer atualmente. Embora nem mesmo essas modificações sejam garantias de votos a favor.
Se tudo der errado e o governo mantiver a proposta como está, a ideia é engrossar o tom das mobilizações contra a reforma. Além de atos em cada Estado, nas capitais, poderão ser feitas ações nas gerências regionais do INSS na semana da votação. Está aberta a temporada de pressão total.