Finalmente – embora com os jabutis de carvão e gás –, foi aprovado no plenário do Senado o marco legal da energia offshore, que trata de formas de geração em água. O principal foco é a eólica, a partir do vento, mas vale também para solar flutuante e até mesmo para plataformas de hidrogênio verde.
Há três anos, um decreto do governo federal chegou a autorizar a geração offshore, mas as empresas de energia queriam a lei para ter segurança jurídica. Com a intenção principalmente de colocar os gigantes aerogeradores eólicos em alto-mar, começaram a pedir licenças ambientais ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Só o Rio Grande do Sul tem 27 solicitações protocoladas para parques eólicos, que somariam US$ 200 bilhões. Porém, eles tratam de áreas sobrepostas. Presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Daniela Cardeal calcula que o potencial de sair mesmo do papel gira em torno de US$ 60 bilhões, o que, obviamente, já é ótimo.
— A demora está fazendo empresas importantes recuarem e possivelmente desistirem dos empreendimentos — diz a presidente do Sindienergia-RS.
Além dos bilhões de dólares, destrava a geração de energia eólica no Rio Grande do Sul. Isso abre espaço para a produção de hidrogênio verde, que — como a coluna tem enfatizado incansavelmente — é insumo da amônia verde, para fertilizantes, e metanol verde, para biodiesel. E ainda é energia para os data centers que o governador Eduardo Leite quer como nova atividade econômica de peso no Rio Grande do Sul.
— Agora, precisamos ficar muito atentos à regulamentação deste marco legal — ressalta Edisiene Correia, gerente de Negócios da Shizen Energy no Brasil, que tem pedidos de licenças para parques eólicos offshore no Rio Grande do Sul que somam US$ 36 bilhões.
A coluna fez a cobertura da missão gaúcha à Ásia para Rádio Gaúcha, Zero Hora e RBS TV. Acompanhe aqui o que foi publicado em GZH.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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