A venda do varejo restrito do Rio Grande do Sul cresceu 1,8% em maio sobre abril, acima da média nacional, o que espanta por ter sido o mês da enchente que assolou o Estado. O indicador, porém, foi puxado pelos supermercados e hipermercados, refletindo a corrida dos consumidores para as compras com receio de desabastecimento. Comportamento semelhante, mas menos intenso, ocorreu nas vendas em farmácias.
Quando considerado o varejo ampliado, há uma queda forte no Estado, de -2,8%. Neste recorte, entram também as vendas de veículos e de materiais de construção. Ambos os setores já avisavam do tombo de vendas naquele mês, compensado em parte em junho. Os veículos se beneficiam do pagamento dos seguros por perda total, enquanto os materiais são procurados para reconstrução das moradias.
Economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank observa que a venda de móveis e eletrodomésticos cresceu já em maio, com as famílias equipando as casas alagadas.
— Talvez por conta da importância dos bens para o reestabelecimento, ainda que parcial, do padrão de normalidade do dia a dia das famílias atingidas — comenta.
A pesquisa do IBGE considera lojas com mais de 20 funcionários e demora um pouco para ser divulgada. Outras pesquisas preliminares já apontam forte recuperação em junho no setor, puxada agora em julho também pelo frio intenso e prolongado.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jaques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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