Maior cooperativa de crédito do Rio Grande do Sul, o Sicredi está começando a operar o Pronampe Solidário RS (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), criado na enchente para ajudar pequenos empreendedores gaúchos. A linha de crédito conta com R$ 30 bilhões disponibilizados pelo governo federal para empréstimo por instituições financeiras. Os valores com taxa de juro de 6% mais Selic ao ano já estão disponíveis. Na semana que vem, serão liberados os empréstimos com subvenção, que somarão R$ 2,5 bilhões. Nestes, o valor financiado terá desconto de 40%, o que garantirá uma taxa nominal de juro de 4% ao ano, bastante baixa.
No programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, o presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste, Márcio Port, recomendou que os empreendedores procurem desde já a instituição financeira. O valor destinado ao Pronampe com subvenção será certamente mais procurado e tende a acabar mais rápido. É destinado para empreendedores de cidades em estado de calamidade pública.
Foi uma batalha para o governo federal incluir cooperativas de crédito e Banrisul no Pronampe, liberado inicialmente apenas para Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O argumento foi de que as cooperativas têm capilaridade, com presença em quase todos os municípios afetados, ao contrário das demais instituições. Além disso, a proximidade das comunidades agiliza a análise de crédito, passo essencial na liberação do empréstimo.
– Olhar apenas o histórico contábil da empresa é uma análise fria. Nós olhamos a pessoa, sabemos onde ela mora, entendemos que muitas já perderam tudo na cheia do ano passado. Conseguimos entender melhor a demanda – diz Port.
O Pronampe Solidário RS prevê financiamento de até 72 meses com carência de até 24 meses, com limite de R$ 150 mil. A empresa pode ter faturamento máximo de R$ 4,8 milhões.
Com mais de 670 agências, o Sicredi chegou a ter 80 unidades fechadas por motivos que vão de alagamento a falta de luz. Hoje, 10 unidades ainda estão sem operar. A instituição também já arrecadou R$ 11 milhões para doar à reconstrução do Estado, aportando para dobrar o valor.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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