A demora para o retorno do funcionamento do trem foi uma das grandes preocupações postas à coluna durante a apresentação do Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, no centro de Porto Alegre. Ele é essencial para recuperar a circulação de clientes da região. Com sua estrutura severamente atingida pela inundação, a previsão da Trensurb é de que as estações São Pedro, Rodoviária e Mercado Público retomem somente em 2025.
O lojista Samir Hack, com comércio na Rua Voluntários da Pátria, conta que 30% dos seus clientes usam trem. Dono da Banca do Holandês – centenária no Mercado Público –, Sérgio Lourenço disse que os mercadeiros falam até em corte de 150 a 200 empregos, o que representa cerca de 15% do total de trabalhadores do centro de compras, caso não tenha esse fluxo de consumidores.
Preocupação semelhante foi apresentada por Edemir Simonetti, vice-presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), que reabriu o restaurante do Chalé da Praça XV nesta sexta-feira (7) e está de olho no fluxo de clientes para definir o horário de funcionamento.
Presente na conversa que se formou na rua mesmo, o empresário Carlos Klein, que integra a direção do Sindicato dos Lojistas e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, concordou que pode se tornar uma demanda setorial do varejo. Cogitou já encaminhar à prefeitura pedido por uma linha de ônibus que faça o trajeto até o centro a partir de outra estação de trem que abra antes na Capital. Baldeação semelhante acontece dos pontos onde os trens já estão funcionando entre Novo Hamburgo e a estação Mathias Velho, em Canoas. Ônibus da Transcal complementam o trajeto, saindo da chegada dos trens e acessando Porto Alegre pelas avenidas Zaida Jarros e Farrapos, finalizando o trajeto no terminal do Viaduto da Conceição.
Ficou evidente que a importância do trem para o centro de Porto Alegre é semelhante à do aeroporto para a economia do Estado.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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