Com R$ 18 milhões, a Medical San duplicará a sua fábrica em Estrela, no Vale do Taquari. A obra levará 18 meses, com criação de 200 empregos. Há 30 anos no mercado, a empresa produz equipamentos para uso na medicina e na estética. Após o CEO Mauro Santos Filho ter implementado a "hiper meta", o faturamento fechará 2024 em R$ 215 milhões e a intenção é bater R$ 300 milhões em 2025. A empresa quer - isso mesmo - dobrar a cada três anos, afinal seu mercado é o da beleza e, como diz o executivo, todo mundo quer "acordar mais bonito". A empresa tem controle familiar, com fortes princípios religiosos. Confira a entrevista ao podcast Nossa Economia, de GZH.
Como será a ampliação?
Cada produto exige almoxarifado, montagem, expedição... E, nos próximos dois anos, vamos lançar 20 modelos de produtos, o que exige espaço físico e pessoas. Será "control c control V" no prédio de hoje. O que será diferente é que traremos empresas do grupo que são subsidiárias, como a de placas eletrônicas, que faz o circuito elétrico do equipamento, e a de tecnologia que temos em Lajeado. Passaremos para oito mil metros quadrados. Estou trazendo pesquisadores, principalmente de São Paulo. Trago a família toda, se preciso.
São equipamentos diferentes dos que a empresa já faz?
A tendência mundial é tecnologia de laser. Seguiremos trabalhando nelas, incluindo tratamento capilar e de odontologia. Vamos também remodelar alguns do portfólio. Nosso foco é dermatologia estética e cirurgia plástica, tudo que tem a ver com o mercado da beleza.
Quais são seus mercados?
O Brasil, que é o principal país no mundo para o segmento de estética. Em consumo, só fica em quarto por causa da renda per capital de Estados Unidos, China e Japão. Mas o Brasil é o que mais cria e exporta conceitos estéticos. Vamos ampliar o que temos hoje nos Estados Unidos, onde temos quatro produtos e lançaremos outros quatro. Temos pequenos negócios ainda na Costa Rica e no Chile, o que não dá 0,5% do tamanho da empresa. Mas o foco é Brasil, onde temos 35 distribuidores e teremos sete lojas nas principais capitais. Estamos em todos os Estados, mas 60% dos negócios acontecem no Sul e no Sudeste. Depois, 35% são no Nordeste.
Como conseguir este crescimento tão acelerado?
Nosso DNA é de crescimento. Vamos imaginar um casal de operários ganhando um salário mínimo. Minha mãe em uma fábrica de calçado e meu pai na de frango. Com fusca na garagem, montam uma empresa que vem crescendo desde então. O brasileiro movimenta R$ 56 bilhões em serviços de estética. Nós crescemos na pandemia!
E o cenário econômico de dólar, inflação e juro altos?
Nunca tem cenário favorável, sempre tem crise. Você tem que ser dono da sua realidade. Eu não controlo a política nem o sol. Coloco foco naquilo que eu controlo, o produto que quero vender, o preço que quero cobrar.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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