Quem tem que se preocupar e agir em relação ao dólar no Brasil é o presidente Lula e sua equipe. Embora a pressão do juro dos Estados Unidos seja parte (menor) desta disparada das últimas semanas com as promessas inflacionárias de Donald Trump, não será obviamente o presidente eleito para a Casa Branca que se inquietará com o real derretendo, a inflação subindo e o juro atingindo patamares não esperados.
Além de parar com seus arroubos – como dizer que é o governo e não o mercado que tem que se preocupar com as contas públicas, como fez no último domingo –, Lula e sua equipe econômica precisam dar sinais mais concretos de responsabilidade mínima fiscal. O arcabouço não é enfeite de parede. Pode ser uma reação excessiva do mercado? Pode. Mas está posta e quem acha que pode ditar para onde o investidor mandará seus dólares, melhor esperar sentado. Atenção, Congresso, essa conversa é contigo também. Desidratar o pacote fiscal fez o dólar alcançar um recorde ainda mais intenso.
Só está faltando chegar no preço dos combustíveis. Se subir gasolina e diesel, o circo vai pegar fogo. Petrobras só não está mais pressionada, porque o petróleo está em queda com a desaceleração das duas maiores economias do mundo: Estados Unidos e China.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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