O jornalista Paulo Rocha colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Neste ano, o Shopping Iguatemi, na zona norte de Porto Alegre, completa 41 anos. Para se manter moderno, o empreendimento já mudou de cara muitas vezes. A intervenção mais recente por parte da administração foi no terceiro piso, com a criação de uma nova praça de alimentação. Porém, desde a pandemia, outro movimento chama atenção: as reformas milionárias que as lojas têm passado.
Algumas fecham temporariamente durante as obras, outras se mantêm abertas, mas em espaço reduzido. Foi o caso da Lojas Renner, que passou pela reforma mais cara de uma loja no empreendimento. Só na sua unidade, que tem três andares, foram investidos R$ 28 milhões. As intervenções duraram todo o primeiro semestre do ano passado, começando pelo primeiro piso e depois subindo. Quando ficou pronta, a operação passou a ser a primeira "loja circular" da Renner no Rio Grande do Sul.
Outro caso parecido é o da Camicado, loja de itens para casa que pertence à Renner e está no primeiro piso do shopping. Com investimento de R$ 4,2 milhões, a operação também não precisou fechar durante a obra. Com a reforma, as vitrines foram retiradas para ampliar a entrada. No meio da loja, foi instalado um espaço que a empresa chamou de "praça central", com poltronas, cadeiras e mesas para clientes testarem produtos que receberem em casa.
Na praça de alimentação, a coluna noticiou a reforma de uma das unidades da Petiskeira, que conta com duas operações no shopping. A maior, que passou pela reforma, está no local desde o ano da inauguração do Iguatemi, em 1983. Já havia passado por outras intervenções, mas esta foi a maior, com custo de R$ 4,5 milhões. O dono da rede, Angelo Meneghetti, diz que o próximo restaurante a passar pelo mesmo tipo de intervenção fica no BarraShoppingSul.
— Um shopping como o Iguatemi tem que estar sempre se renovando, trazendo novidades, se modernizando. E as lojas devem acompanhar isso. Em 2023, foram 51 operações que mudaram, entre inaugurações, reinaugurações e reformas. Tivemos a chegada de marcas internacionais, como a Gucci, grife italiana que abriu sua primeira loja no Rio Grande do Sul — afirma a gerente geral do empreendimento, Nailê Santos, que diz estar negociando com outra grande marca de fora do país, mas ainda não revela qual.
Outras lojas que passaram por reformas em 2023 foram: Dudalina, Colcci e Gang (roupas); Swarovski (joias) e LEGO (brinquedos). A Calvin Klein, que possui operação no segundo piso, em frente à Zara, expandiu sua operação pegando a loja ao lado, que era ocupada pela Anselmi, que, por sua vez, foi para um espaço menor no primeiro piso.
Há, também, o caso da Track & Field, de roupas esportivas, que também fechou para reformar sua loja, porém, se transferiu temporariamente para o espaço onde ficava a Multisom, que saiu do empreendimento no começo do ano passado. Desde que a Track & Field voltou para seu espaço original, o local está desocupado.
A próxima reforma milionária
Desde 2004 no Iguatemi, a joalheria Dvoskin Kulkes fará a expansão de sua loja, que fica no segundo piso. Com investimento de R$ 3 milhões, a marca ocupará um espaço que atualmente é usado como depósito da Picadilly, que tem sua loja ao lado e se manterá no shopping, mas com a operação reduzida. O projeto ainda está sendo elaborado, mas a expectativa dos sócios Saulo Kulkes e João Pedro Kulkes é de que a obra comece em maio. A coluna divulgará mais detalhes em breve.
Trocas de posição
Durante a conversa com a coluna, a gerente geral do Iguatemi celebrou que, quando algumas marcas fecham suas lojas, elas não deixam o shopping.
— Elas trocam de lugar, mas não saem daqui. É o caso da Freddo (sorvetes), que ficava no meio do segundo piso, e hoje está em outro corredor. A Dolce Gabana (moda) mudou de lugar e foi para um espaço maior, com entrada por dois corredores diferentes. A CVC (agência de turismo) trocou de posição, está perto da Renner. A Baggagio (bolsas e malas) também, foi para uma loja quase ao lado da antiga, só que maior — lembra Nailê.
Outras trocas de posição que ocorreram recentemente foram as da Live (roupas) e da MMartan (cama, mesa e banho). As duas transferiram suas operações para um espaço de destaque no meio do shopping, onde ficava a loja da Paquetá, que foi dividida em três lojas. Neste local, inaugura nas próximas semanas a marca Ida, de roupas.
Porém, sim, há casos de marcas que saem e não voltam mais. Pelo menos até agora. É o caso da já citada Multisom e do Ponto, antigo Ponto Frio. A Paquetá, que fechou uma de suas lojas, ainda mantém operações da Paquetá Esportes e da Gaston. A Amaro, de moda, também deixou seu espaço, porém outra marca do mesmo segmento ocupou o local. Neste mês, a marca Dulce de Leche, de doces, também fechou a operação que tinha no primeiro piso.
Novas lojas
Uma das próximas inaugurações é a da Me Linda, rede de cosméticos que ocupará a grande área de 720 metros quadrados deixada pelo Ponto. A inauguração está marcada para março. Outras novidades são a Inter Shop, de artigos do Internacional, que será inaugurada próximo da loja do rival, a Grêmio Mania, no primeiro piso. A New Balance, de tênis e roupas, terá nova operação em frente à loja da Arezzo.
Já inauguraram a Chiquinho Sorvetes, que antes tinha um quiosque e agora volta ao shopping em uma loja, e a Florybal, de chocolates, que está com uma operação temporária até a Páscoa, ocupando a antiga loja da Polishop.
Além dessas novidades, o shopping negocia com mais seis marcas para inaugurar neste ano, mas também não revela quais.
Ocupação e planos para o futuro
Com 365 espaços para lojas, o Iguatemi conta com 97,5% deles ocupados. É o shopping da Capital com maior taxa de ocupação — foi o que mostrou um levantamento feito pela coluna com dados de 2023.
Outra informação apurada pela coluna é a expansão do shopping para uma área no estacionamento, que deve receber uma operação de alimentos. Sem dar detalhes, a gerente geral diz que o projeto ainda está sendo elaborado. Para o futuro, ainda projeta a construção de mais torres no terreno do Iguatemi, mas isso só deve ocorrer a partir de 2026.
Colaborou Guilherme Gonçalves
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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