Ao enfatizar a importância da "firme persecução" das metas fiscais no Brasil para ancorar a inflação, foi sóbrio o recado do Banco Central a Lula sobre a responsabilidade com as contas públicas. O Comitê de Política Monetária (Copom) fez, como o esperado, o mesmo corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, apesar de o presidente da República ter desdenhado do compromisso com o déficit zero em 2024, projetado no arcabouço. Lembrando que desequilíbrio fiscal provoca alta do dólar, da inflação e atrapalha o corte do juro.
Mas se a autoridade monetária foi firme com sutileza, as entidades empresariais estão sendo bem mais enfáticas nos seus comunicados. Do comércio à indústria, todas estão reforçando que o governo federal tem que manter o compromisso que assumiu com as receitas e despesas. Algumas chegam a dizer que o risco fiscal afastou um eventual corte maior da Selic, em um cenário de inflação dentro da meta e de retração da atividade econômica, como mostram indicadores dos últimos meses.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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