Dezesseis das 20 cidades mais atingidas pela enchente no Rio Grande do Sul tiveram fechamento de empregos com carteira assinada em setembro, mês da tragédia. O levantamento é do economista Oscar Frank, da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), com base nos dados do Ministério do Trabalho para os municípios que tiveram calamidade pública decretada. Somando, foram extintos 1,86 mil postos de trabalho.
- Venâncio Aires (cidade com maior impacto no levantamento) teve a sazonalidade da indústria do fumo, mas, ainda assim, foram 768 fechamentos agora contra 459 do mesmo mês de 2022 - ponderou Frank.
A tragédia ocorreu no início daquele mês. É bem provável que os efeitos negativos sobre as empresas e empregos continuem aparecendo, especialmente nos indicadores de outubro e novembro. Grandes empresas, que geram milhares de vagas nas regiões atingidas, ainda aguardam a liberação do crédito prometido pelo governo federal com dinheiro do BNDES. Além disso, aguarda-se o decreto do governo do Estado ampliando o número de cidades que terão direito a prorrogação do pagamento do ICMS e subsídio no juro de empréstimos junto ao Banrisul. O que saiu já foi a suspensão, pelo governo federal, da exigência de recolhimento do FGTS dos funcionários por quatro meses. Em paralelo, convenções coletivas são negociadas para suspensão de contrato de trabalho, o que já é autorizado pela legislação.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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