Já há uma resignação de que o juro do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às empresas maiores atingidas pela enchente não terá juro zero, conforme anunciado em um primeiro momento. A dúvida agora é qual será o custo deste crédito. A linha que a instituição está colocando na mesa tem juro e spread (custo bancário) de 1,75% ao mês, segundo o ministro de Comunicações, Paulo Pimenta, disse à coluna. Porém, ele enfatiza que esse percentual cairá porque entram na conta os R$ 100 milhões que o governo federal está colocando para subsidiar este empréstimo. Mas o ministro saberá para quanto provavelmente só depois da reunião prevista para a próxima sexta-feira (3).
Por que essa informação é essencial? Porque as empresas não tomam crédito enquanto estão à espera deste dinheiro, com a esperança de que seja "mais barato" do que o que tem aí no mercado. Enquanto isso, muitos negócios estão travados, contratos são empurrados e milhares de empregos ficam por um fio. Tanto que o Banrisul, por exemplo, emprestou menos de R$ 70 milhões do R$ 1 bilhão separado para financiamento das cheias. Segundo o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari, Ivandro Rosa, o banco estatal está oferecendo crédito às empresas a 1,25% ao mês. É mais do que o juro zero que era esperado do governo federal, menos do que a linha normal do BNDES, mas não se sabe se é mais ou menos do que o custará o dinheiro com o subsídio.
Que se defina logo, pois já são dois meses da tragédia e dos anúncios subsequentes. As demais condições prometidas tendem a continuar, com carência de seis meses a dois anos e prazo de pagamento de um a seis anos.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna