Está para sair a decisão sobre a retomada da fábrica estatal de chips Ceitec, o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada, diz o atual gestor, Augusto Cesar Gadelha Vieira. Ele teve reunião na segunda-feira (30) com o ministro da Casa Civil Rui Costa, a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. Gadelha tem expectativa "alta" pela reversão do processo de liquidação. A decisão, porém, ainda depende do presidente Lula. O prazo termina em dia 10 de novembro, mas pode ser novamente prorrogado.
— Na reunião, houve um aceno que deve sair até início da semana que vem. Faltam definições básicas sobre os nomes para o conselho de administração, que precisam passar por um processo de admissibilidade. Um processo burocrático antes de sair a decisão final — explica Gadelha.
O gestor entende que o governo já percebeu o potencial da Ceitec, que fica em Porto Alegre. O executivo também identifica um desejo de reverter a liquidação. A decisão precisa ser apresentada por decreto presidencial.
— Eu acredito que não haja nenhum percalço — completa.
Vinculada ao MCTI e criada em 2008, a Ceitec desenvolve e fabrica semicondutores. No governo de Jair Bolsonaro, a empresa foi incluída em programa para ser privatizada. Como não houve interesse, um decreto autorizou a sua extinção em 2020. Em janeiro de 2023, porém, o governo Lula a retirou da lista de desestatização e criou um grupo de trabalho para analisar a reversão do processo de liquidação.
Fábrica parada
A fábrica está sem produzir há dois anos e oito meses. Em processo de liquidação, não pode operar. O gestor Augusto Cesar Gadelha Vieira garante, porém, que a estrutura segue apta, pois usa as máquinas para deixá-las "aquecidas". O quadro de funcionários precisará ser recomposto, pois sobraram 70 dos 180. Isso já se discute com o governo federal, podendo ocorrer por concursos ou contratações temporárias.
Contexto econômico
A Ceitec tem esperança de que os semicondutores entrem na política de industrialização, assim como tenham os benefícios que a indústria no geral terá da reforma tributária com a redução de impostos ao setor.
— Hoje o chip está presente em quase tudo que fazemos na vida — diz.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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